Adepol Brasil anuncia desafios de Sarrubbo na Secretaria Nacional de Segurança Pública

Antes mesmo de assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Luiz Sarrubbo, teve nesta sexta-feira (19) um de seus planos questionados por um dos setores atuantes no enfrentamento da criminalidade no país.

A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) divulgou nota na qual questiona a constitucionalidade de uma das medidas citadas pelo futuro secretário em declarações à imprensa.

“A ASSOCIAÇÃO DOS DELEGADOS DE POLÍCIA DO BRASIL – ADEPOL DO BRASIL respeitosamente alerta ao novo Secretário Nacional de Segurança Pública (SENASP), eminente Dr. Mário Sarrubbo, para que conheça melhor a estrutura, programas, limites e alcance de atuação de sua pasta antes de anunciar nacionalmente perante a mídia a adoção de medidas de impacto, como ‘criação de um GAECO nacional’ na esfera daquela secretaria ou Ministério, ato que mostrar -se-ia de notória inconstitucionalidade e que criaria sérias desarmonias e conflitos com as várias instituições policiais desde país”, afirma o texto da entidade (os grifos são da associação).

Na mensagem que já circula entre policiais civis do país, a Adepol alega que os Grupos de Apoio ao Enfrentamento ao Crime Organizado (Gaecos) no âmbito dos Ministérios Públicos é iniciativa dessas instituições baseada em suas respectivas leis orgânicas e que, por isso, não haveria previsão legal para algo do tipo ser reproduzido no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ao apontar esse argumento, a associação enfatiza não “adentrar no mérito da eficácia de tais estruturas”.

O texto, assinado pelo presidente da associação, Rodolfo Queiroz Laterza, defende “ser essencial que não sejam buscadas ações que tentem afetar a boa harmonia e respeito mútuo atualmente vigente entre as categorias da segurança pública, legado este buscado pelos próprios segmentos e respeitado por várias representações do Ministério da Justiça e Segurança Pública”.

Ao encerrar a nota, a Adepol pede que “seja mantido diálogo contínuo, equânime, politicamente isento, técnico, racional, respeitoso e republicano com nossa entidade nacional e demais representatividades da segurança pública, conforme ocorrido na gestão do Ministro Flávio Dino e do Dr. Tadeu Alencar”, referindo-se ao titular da pasta, que será empossado ministro do Supremo Tribunal Federal, e ao ex-deputado que comandou a Senasp desde o início do atual governo e será substituído por Sarrubbo.

Está reportagem foi publicada pela CNN que também contatou o procurador Mário Sarrubo, que não quis comentar a nota da Adepol-BR.

About thiago

Veja também

Condenados por júri popular podem ser presos imediatamente após o julgamento, decide STF

Tribunal entendeu que o cumprimento imediato da pena não viola o princípio da presunção de …

O Direito ao Auxílio-Saúde do Policial Civil

Publicado 10 set 2024 A Lei nº 14.735, de 23 de novembro de 2023, instituiu …

Terceira Seção fixa teses sobre admissão de confissões feitas à polícia no momento da prisão

Resumo em texto simplificado ​A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, …