Brasil rejeita proposta dos EUA de classificar PCC e CV como organizações terroristas

 

Gazeta News

Relações Internacionais

Em reunião com representantes do governo Trump, Ministério da Justiça afirma que facções atuam com fins lucrativos e não se enquadram na definição legal de terrorismo

Algemas Foto: Pixabay

Durante encontro realizado nesta terça-feira (6) em Brasília, representantes do governo dos Estados Unidos ouviram da equipe técnica do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) que o Brasil não considera o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. Para a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esses grupos devem ser tratados como facções criminosas voltadas à obtenção de lucro, principalmente com tráfico de drogas e armas.

A comitiva americana, ligada ao governo de Donald Trump, está no Brasil para discutir segurança pública e cooperação internacional no combate ao crime organizado. Os enviados defenderam que o PCC e o CV sejam classificados como organizações terroristas, estratégia que os EUA têm adotado com outros grupos latino-americanos, como a venezuelana Tren de Aragua. Técnicos do MJSP explicaram que, pela legislação brasileira, esse enquadramento não se aplica, já que o terrorismo no Brasil exige motivações ideológicas, religiosas ou de ódio — o que não seria o caso.

Na véspera da reunião, os americanos receberam do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) um dossiê das Secretarias de Segurança do Rio de Janeiro e de São Paulo, que relaciona as facções brasileiras a atividades terroristas e menciona possíveis vínculos com o grupo Hezbollah. Além da criminalidade, a imigração também foi discutida na agenda — um tema central na atual gestão Trump.

A reunião contou com sete técnicos do Ministério da Justiça e sete representantes dos EUA. Apesar das diferenças jurídicas entre os países, o encontro serviu para reforçar o diálogo e as possibilidades de cooperação em segurança internacional.

Fonte: CNN