Alagoas tornou-se, essa semana, um dos poucos estados do país aptos a realizar exames residuográficos que poderá solucionar, de forma rápida, crimes contra a vida ocorridos com o emprego de arma de fogo. Isso foi possível graças à aquisição do Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), que foi instalado no Laboratório de Química do Instituto de Criminalística.
O equipamento é um dos mais modernos do mundo na análise automatizada de bancada que permite detectar principalmente resíduos de disparo de arma de fogo. Mas o MEV também poderá ser usado, de forma efetiva, para identificar vários outros tipos de elementos químicos, bem como análises que necessitem de alta ampliação, como, por exemplo, exames de resistência de materiais, para saber se esses foram seccionados ou rompidos pelo emprego de tração.
“Os critérios de pesquisa mais comuns no exame residuográfico são a presença de chumbo, antimônio e bário. Agora, com a aquisição desse equipamento, a perícia criminal alagoana ficou mais moderna e bem estruturada nesta área, tornando-se um poderoso instrumento de redução da impunidade.” Explicou o perito criminal Thalmanny Fernandes Goulart, chefe do Laboratório de química do IC.
O custo total da aquisição do microscópio foi de R$ 1,100 milhão, em um investimento integral realizado pelo Fundo Estadual de Segurança Pública do Governo de Alagoas. Um grupo de peritos criminais já foi treinado para operar o novo equipamento que permite ampliar em até 100.000X imagens em alta resolução.
Antes desse investimento, quando os peritos criminais eram acionados para realizar exames residuográficos em crimes como homicídios, latrocínios e suicídios, eles apenas coletavam as amostras para custodiá-las. Em seguida, entravam em contato com laboratórios periciais parceiros de outros estados para conseguir uma vaga disponível para realizar o exame, o que poderia levar meses até a conclusão do laudo.
“Agora, o IC de Alagoas está equipado e preparado para operar o MEV e realizar esse tipo de exame, que permite identificar elementos químicos de amostras coletadas em locais de crime, em suspeitos e cadáveres. Com isso, garantiremos maior agilidade, precisão nos laudos, economia para os cofres públicos e a produção de provas técnicas que serão utilizadas para embasar investigações”, afirmou Thalmanny Goulart.
O exame residuográfico é realizado principalmente em suspeitos de cometer um crime, mas a coleta deve obedecer alguns critérios. Em pessoas vivas, a coleta deve ser realizada no máximo em até seis horas após o disparo da arma de fogo e até doze horas, quando o suspeito permanecer sob vigilância permanente.
Fonte: Agência Alagoas
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