Plenário celebrou o Dia Nacional do Delegado de Polícia, comemorado dia 3 de dezembro
O Dia Nacional do Delegado de Polícia, celebrado em 3 de dezembro, foi comemorado pelo Senado em sessão especial nesta sexta-feira (2). Em 2022, a criação do cargo completa 181 anos. A solenidade foi requerida pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e conduzida pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), que comentou a necessidade de mais recursos para a segurança pública e mais investimentos nesses profissionais:
— No Brasil, delegados e delegadas de polícia representam o Estado. São seus mandatários diretos, investidos do poder e do dever públicos de preservar a ordem, o patrimônio e, em especial, a segurança e a vida das pessoas. E o fazem, muitas vezes, sem os necessários recursos e, especialmente, sem o merecido reconhecimento.
Do Val acentuou a importância da Polícia Judiciária, por exemplo, afirmando que esse trabalho é “a espinha dorsal da democracia”. O parlamentar observou que o processo legislativo, muitas vezes, segue ritmo lento no Brasil, mas declarou que tem atuado para garantir mais investimentos em equipamentos e salários junto ao Orçamento da União do próximo ano.
— Desde que assumi como senador, tenho falado para governadores sobre a importância do investimento na Polícia Judiciária. Quem efetivamente traz sensação de segurança são vocês, por meio das provas [de crimes], do conteúdo das investigações, e dando para nós a certeza de que o crime não compensa — destacou.
Orgulho
O diretor executivo da Polícia Federal, Sandro Torres, celebrou o aumento do número de mulheres na profissão e destacou a dedicação feminina na área. Ele saudou o senador Humberto Costa, delegados federais e superintendentes, afirmando que tem satisfação de estar junto a esses profissionais. Sandro observou que tanto os senadores quanto os delegados têm o dever de exercer seu papel com “coragem cívica” e de fazer bons enfrentamentos.
— Ao passo que os parlamentares estão elaborando e dando publicidade às leis, os delegados cumprem o dever de executar essas normas em silêncio. É fundamental conduzir as instituições com o princípio de que a polícia é instituição de Estado, sem proteger e sem perseguir. Orgulho estar aqui, representando uma instituição tão querida e respeitada, como é a Polícia Federal, juntamente com a Polícia Civil, numa união pela qual sentimos alegria imensa. Com quadros pequenos, conseguimos desenvolver nossas atividades somando esforços. É uma luta que nos orgulha e orgulha toda a população — declarou.
Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, Rodolfo Queiroz Laterza disse que a solenidade promovida pelo Senado tem caráter simbólico especial para todos os representantes da categoria. E destacou a luta desses profissionais por melhorias na profissão.
— É importante destacar que um delegado de polícia atua 24 horas em defesa da sociedade, e merece ter compreendida sua função. Além disso, ressaltar a importância do Senado, [e pedir] para que atue em pautas que não gerem disputas entre as instituições. As polícias são tratadas como polícias de governos, muitas vezes, e não como polícias de Estado, então, é um dia importante para essa reflexão. Que tenhamos avanços legislativos, não pensando apenas no cargo, mas no fortalecimento da sociedade e para uma segurança pública harmônica — reforçou.
Lei geral
O presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia, Mário Demerval Aravechia de Resende, pediu mais investimentos em investigação policial e defendeu a aprovação de uma lei geral para a categoria. O convidado disse ser fundamental a inserção completa dessas instituições no mundo digital, afim de que as polícias civis consigam se integrar, entre todos os Estados, em uma única plataforma e com o mesmo banco de dados.
— Agradeço todo o reconhecimento que os senhores nos têm dado, mas peço que prestem atenção, porque a Polícia Civil se distingue das outras forças de segurança, pois suas atribuições são totalmente diferentes: nós produzimos o início do processo criminal, a materialidade nos autos e trazemos ao Judiciário a possibilidade de condenação, que tanto se pleiteia, a fim de que o recurso público se justifique em seu gasto com segurança pública. Pirotecnia não resolve, e a boa Polícia Civil trabalha de maneira oculta, vista só no dia da operação. Fora disso, a sociedade [muitas vezes] não tem noção do trabalho que temos tido — ponderou.
Ao fim da solenidade, os participantes fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos profissionais que morreram no exercício da função.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado